Após um longo e tenebroso inverno sem oportunidade para escrever aqui, hoje estou finalmente arrumando um breve espacinho de tempo. Tantas coisas para dizer, tantas coisas passaram pela minha cabeça nos últimos dias…
Como é dificil entender algumas coisas que acontecem com a gente não é? Às vezes o cotidiano nos engole, faz com que acabemos nos sentindo marionetes, mas quem nos comanda?! Esses dias, diversas vezes me peguei parando de estudar para pensar nas coisas ao meu redor e tantas vezes me desconcentrei que fiquei revoltada comigo mesma por não conseguir focar no que precisava ser feito.
Às vezes me questiono por que certas coisas só acontecem comigo, mas paro e concluo que na realidade não acontecem só comigo, talvez meu grande problema seja a insatisfação, ou talvez esse não seja o termo, mas aquela sensação de não saciedade, as coisas talvez nunca durem o tempo que deveriam ou que eu gostaría que durassem, são boas, plenas, me deixam regozijada, mas passados um ou dois dias, começa aquele desejo por mais, aquela vontade de fazer denovo, de ter denovo.
Será que todos somos assim?
As coisas que são intensas não deveriam nunca acabar, deveriam poder fazer parte de nossa vida todo o tempo indescriminadamente, não deveríamos ter que deixá-las do lado de fora por muitas vezes, mas em um contra-ponto aos meus argumentos penso que essa intensidade talvez tenha me feito mais ansiosa, pois ao conhecê-la, ao vivenciá-la, fica dificil não desejá-la com todas as forças.
Tenho de fato negligenciado algumas coisas importantes em minha vida ao longo dos ultimos meses, talvez até do ultimo ano, tenho vivido em uma espécie de casulo, talvez com medo de sentir de fato essa intensidade, tenho brincado de viver… Fico pensando em quantos finais de semana poderia ter saído, me divertido, dado boas risadas e não o fiz por receio disso ou daquilo.
Quantas pequenas loucuras deixei de fazer por medo das consequencias?! Quantos amigos deixei de procurar por vergonha de assumir minha condição intimista neste momento? E isso tem me feito mal!
Tenho ficado em uma redoma, que eu mesmo criei! Uma redoma que fiz impenetrável, que impede grandes sentimentos, grandes sensações! Talvez eu tenha me tornado um zumbi! rs
Não! Brincadeira! Também não estou morta não é?! Mas o fato é que diante de tanto comportamento impecável, quando cometo algum deslize me parece enorme! Dá aquele gostinho de fazer algo prazeroso só por fazer e isso acorda dentro de mim o monstrinho bagunceiro e desregrado, começa a dar aquela vontade de fazer tudo junto ao mesmo tempo…
Bons tempos aqueles que eu estava sempre com a sensação de cansaço prazeroso, daquele cansaço obtido com ótimas noites mal dormidas – ou não dormidas – quando se passou um pouquinho da linha com o chopp – ou tequila-, quando se comeu demais no churrasco, nossa e as dores na perna no dia seguinte de uma boa noite de balada?! Chegar em casa acabada de tanto curtir a musica e dançar até não aguentar mais?! Que tudo!
Saudade dessa sensação de ter feito tudo, estar cansada e ainda conseguir fazer mais um pouquinho! Saudade de dar gargalhadas até doer a barriga pq os amigos loucos estão fazendo palhaçada! Ou dar aquela fugidinha de casa para fazer algo sem dar satisfações a ninguem!
Pensei também em uma questão igualmente importante – CRISE MORAL: quando vem a tão famosa crise moral, aquela que nos impede de fazer algo por não ser considerado correto, como saber a atitude que melhor cabe naquele momento?! Como decidir o que fazer? Como saber se as possibilidades são reais ou se não passam de uma brincadeira do destino? Como saber que tomar as tais decisões não pode acabar causando um sofrimento desnecessário? Ou trazer resultados irreparáveis?
Talvez eu precise me JOGAR mais na vida, parar de fugir dos problemas e partir para a tática da tentativa e acerto!
OU TALVEZ PRECISE PARAR E ME “REAPAIXONAR”!